Aprovado pela Anatel e testado pela Coelce em 2009, o acesso à internet pela fiação elétrica ainda está longe dos lares
Homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) há mais de dois anos, a conexão à internet através da rede elétrica era uma grande promessa para facilitar a inclusão digital no país. A tecnologia utilizada para isso, chamada de PLC (Power Line Communications), foi apresentada como uma solução prática e barata por sua capilaridade já existente, já que até as comunidades mais longínquas contam com a presença da rede elétrica. Entretanto, os projetos parecem ter entrado em curto circuito.
No Ceará, os experimentos com a tecnologia chegaram a ser feitos pela concessionária local dos serviços de energia elétrica, a Coelce. No entanto, a expectativa gerada com a possibilidade de que os lares cearenses teriam acesso veloz à internet na tomada foi frustrada.
O projeto piloto da Coelce, implantado há dois anos na avenida Beira Mar, em Fortaleza, está parado. "O projeto encontra-se temporariamente suspenso, em virtude das constantes ações de vandalismo aos equipamentos e ao furto dos cabos de fibra ótica que interligam o sistema", afirma a empresa em nota enviada ao Tecnoguia. A companhia afirma que ainda avalia "possibilidades de viabilização da tecnologia", mas não tem data definida para implantação.
Os testes realizados pela Coelce tiveram início em 2009, mesmo ano em que a Anatel e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovaram o uso da tecnologia no país. O Tecnoguia entrou em contato com a Anatel para saber a situação dos projetos no país, mas, até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da agência retornou o e-mail com as informações prometidas em contato telefônico.
Solução viável
Se a conexão PLC estivesse disponível na rede elétrica, o usuário poderia acessar a internet em alta velocidade, plugado em qualquer tomada de sua residência, bastando para isso ter um modem especial interligando o computador ao ponto de energia. Segundo o consultor de TI e professor Marcos Monteiro, testes realizados há cinco anos davam conta de velocidades de acesso de até 200Mbps. "O problema não é técnico", diz. A opinião de Monteiro é corroborada pela avaliação da consultoria Teleco, segundo a qual a PLC não afeta o serviço elétrico e foi testada sem incidentes. Para a Teleco, a tecnologia se mostrou pronta para implantação comercial.
Marcos Monteiro acredita que o real impedimento para a adoção da tecnologia em escala comercial tenha a ver com o jogo de interesses envolvendo o modelo de negócio para explorar o serviço. "Já existe uma infraestrutura no país. Quem entrar no negócio vai ter condição de oferecer a um custo muito baixo. Ou seja, vai entrar muito provedor de acesso", afirma, acreditando na possibilidade de haver um forte lobby de grandes operadoras contra a implementação do serviço.
A tecnologia também seria uma solução de interatividade a ser utilizada por emissoras de TV digital no país, já que os usuários precisam de uma conexão de retorno para enviar dados diretamente à fonte da transmissão.
SOLUÇÃO DOMÉSTICA
Dispositivo permite conexão nos lares
Enquanto o serviço de acesso à internet não chega pela rede elétrica, o usuário pode contar com a tecnologia PLC para distribuir o acesso à web de seu provedor pelos cômodos de sua casa.
Há um bom tempo já são vendidos no Brasil os adaptadores (chamados de ´´bridges´´, ou ´´pontes´´) que são plugados na tomada de energia e aos quais podem ser conectados os computadores para ter acesso à rede doméstica. Na edição de 17 de setembro de 2007, o Tecnoguia do Diário do Nordeste publicou um teste com os primeiros dispositivos disponíveis no mercado local para acesso à internet através da rede elétrica da própria residência.
O equipamento testado foi o kit Duo-Pack PLC, que vem com dois adaptadores da marca Plug-Facil, vendido à época por R$ 389. Hoje, o kit pode ser encontrado em ofertas no Mercado Livre por R$ 250. A instalação dos dois adaptadores é fácil. Basta plugar o dispositivo na rede elétrica (de 110 a 220 V) e conectá-lo à placa de rede do PC.
No mês passado, durante a feira de eletroeletrônicos Eletrolar Show 2011, realizada em São Paulo, a empresa Unicoba apresentou o kit Powerline TP-Link, que também transforma o circuito elétrico em uma rede de dados através de adaptadores conectados em diferentes tomadas. Ligado a um roteador, o kit fornece acesso à internet em qualquer lugar da residência.
Vendido aos pares, os dispositivos são simples de usar, bastando conectar o primeiro na tomada e ao roteador sem fio, por exemplo. Já a segunda unidade pode ficar em outra tomada de qualquer cômodo ou andar da residência. O aparelho deve chegar às lojas em outubro, com preço sugerido de R$ 250.
Homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) há mais de dois anos, a conexão à internet através da rede elétrica era uma grande promessa para facilitar a inclusão digital no país. A tecnologia utilizada para isso, chamada de PLC (Power Line Communications), foi apresentada como uma solução prática e barata por sua capilaridade já existente, já que até as comunidades mais longínquas contam com a presença da rede elétrica. Entretanto, os projetos parecem ter entrado em curto circuito.
No Ceará, os experimentos com a tecnologia chegaram a ser feitos pela concessionária local dos serviços de energia elétrica, a Coelce. No entanto, a expectativa gerada com a possibilidade de que os lares cearenses teriam acesso veloz à internet na tomada foi frustrada.
O projeto piloto da Coelce, implantado há dois anos na avenida Beira Mar, em Fortaleza, está parado. "O projeto encontra-se temporariamente suspenso, em virtude das constantes ações de vandalismo aos equipamentos e ao furto dos cabos de fibra ótica que interligam o sistema", afirma a empresa em nota enviada ao Tecnoguia. A companhia afirma que ainda avalia "possibilidades de viabilização da tecnologia", mas não tem data definida para implantação.
Os testes realizados pela Coelce tiveram início em 2009, mesmo ano em que a Anatel e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovaram o uso da tecnologia no país. O Tecnoguia entrou em contato com a Anatel para saber a situação dos projetos no país, mas, até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da agência retornou o e-mail com as informações prometidas em contato telefônico.
Solução viável
Se a conexão PLC estivesse disponível na rede elétrica, o usuário poderia acessar a internet em alta velocidade, plugado em qualquer tomada de sua residência, bastando para isso ter um modem especial interligando o computador ao ponto de energia. Segundo o consultor de TI e professor Marcos Monteiro, testes realizados há cinco anos davam conta de velocidades de acesso de até 200Mbps. "O problema não é técnico", diz. A opinião de Monteiro é corroborada pela avaliação da consultoria Teleco, segundo a qual a PLC não afeta o serviço elétrico e foi testada sem incidentes. Para a Teleco, a tecnologia se mostrou pronta para implantação comercial.
Marcos Monteiro acredita que o real impedimento para a adoção da tecnologia em escala comercial tenha a ver com o jogo de interesses envolvendo o modelo de negócio para explorar o serviço. "Já existe uma infraestrutura no país. Quem entrar no negócio vai ter condição de oferecer a um custo muito baixo. Ou seja, vai entrar muito provedor de acesso", afirma, acreditando na possibilidade de haver um forte lobby de grandes operadoras contra a implementação do serviço.
A tecnologia também seria uma solução de interatividade a ser utilizada por emissoras de TV digital no país, já que os usuários precisam de uma conexão de retorno para enviar dados diretamente à fonte da transmissão.
SOLUÇÃO DOMÉSTICA
Dispositivo permite conexão nos lares
Enquanto o serviço de acesso à internet não chega pela rede elétrica, o usuário pode contar com a tecnologia PLC para distribuir o acesso à web de seu provedor pelos cômodos de sua casa.
Há um bom tempo já são vendidos no Brasil os adaptadores (chamados de ´´bridges´´, ou ´´pontes´´) que são plugados na tomada de energia e aos quais podem ser conectados os computadores para ter acesso à rede doméstica. Na edição de 17 de setembro de 2007, o Tecnoguia do Diário do Nordeste publicou um teste com os primeiros dispositivos disponíveis no mercado local para acesso à internet através da rede elétrica da própria residência.
O equipamento testado foi o kit Duo-Pack PLC, que vem com dois adaptadores da marca Plug-Facil, vendido à época por R$ 389. Hoje, o kit pode ser encontrado em ofertas no Mercado Livre por R$ 250. A instalação dos dois adaptadores é fácil. Basta plugar o dispositivo na rede elétrica (de 110 a 220 V) e conectá-lo à placa de rede do PC.
No mês passado, durante a feira de eletroeletrônicos Eletrolar Show 2011, realizada em São Paulo, a empresa Unicoba apresentou o kit Powerline TP-Link, que também transforma o circuito elétrico em uma rede de dados através de adaptadores conectados em diferentes tomadas. Ligado a um roteador, o kit fornece acesso à internet em qualquer lugar da residência.
Vendido aos pares, os dispositivos são simples de usar, bastando conectar o primeiro na tomada e ao roteador sem fio, por exemplo. Já a segunda unidade pode ficar em outra tomada de qualquer cômodo ou andar da residência. O aparelho deve chegar às lojas em outubro, com preço sugerido de R$ 250.
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